sexta-feira, 15 de abril de 2011

A FITA MÉTRICA DO AMOR


Como se mede uma pessoa? Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado. É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.

Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto. É pequena quando desvia do assunto.

Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma. Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.

Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições? Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.

É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma. O egoísmo unifica os insignificantes.

Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.

Martha Medeiros

terça-feira, 15 de março de 2011

Gráficos do cotidiano

TAPINHAS NAS COSTAS



Não me arrastes com os ímpios, com os que praticam a iniqüidade; os quais falam de paz ao seu próximo, porém no coração têm perversidade. Sal. 28:3.

Davi teve muitas mulheres. Uma delas foi Mical, filha de Saul. O casamento de Davi com ela foi cheio de intrigas. Por um lado, Saul dava tapinhas nas costas de Davi e dizia: “Seja meu genro! Eu quero que você faça parte da minha família!” Mas quando Davi virava as costas, Saul tentava destruí-lo a todo custo. A parte da Bíblia que narra essa historia (I Sam.18) termina dizendo que Saul foi inimigo de Davi durante toda a vida.

O texto de hoje é um salmo de lamentação e súplica. Davi pede para não ser contado com os ímpios e menciona uma característica especial desses ímpios: os que falam de paz com seu próximo, mas têm o mal no coração. Quando as pessoas se cumprimentavam em Israel, elas usavam a palavra shalom, que quer dizer paz. Era como dizer hoje: “Oi, tudo bem?” A gente fala isso por costume. O coração pode estar cheio de mágoa ou ódio, mas quando as pessoas se encontram dizem: “Tudo bem.” O salmista fala disso ao referir-se a pessoas que falam de paz com seu próximo, mas têm o mal no coração.

Todos os dias teremos que viver com pessoas desse tipo. O que fazer com elas?

Primeiro, faça como Davi: busque a Deus e coloque a vida dessa pessoa nas mãos dEle. Ele é o único que pode resolver essa situação. Antes de sair de casa ou antes de iniciar suas atividades hoje, coloque esse próximo nas mãos do Senhor. Ore por ele. A oração intercessória tem um poder inacreditável.

Em segundo lugar, lembre-se de olhar para suas próprias motivações. Por uma simples razão. Cuidado para não ser esse alguém. Essa é a luta diária, a batalha sem fim do cristão.

Talvez, por algum motivo, você sinta o desejo de agir desse modo. A raiva ou o espírito de vingança podem querer apoderar-se de qualquer coração. Isso envenena a alma e enferruja a capacidade de amar. Não dê lugar a esse tipo de sentimento porque, um dia, a justiça divina cairá sobre os que “falam de paz ao seu próximo, porém no coração têm perversidade”.

ORVALHO SOBRE A ERVA

Como o bramido do leão, assim é a indignação do rei; mas seu favor é como o orvalho sobre a erva. Prov. 19:12.

No texto de hoje, Salomão, uma figura eloqüente para descrever o caráter de Deus. A justiça e a misericórdia amalgamam-se nEle de um modo indefinível. Ele é justo. Não aceita o pecado sob hipótese nenhuma. Não condescende. Seu caráter é puro e Seus princípios inalteráveis.

Ao mesmo tempo é misericordioso. Ama o pecador. Entregou a vida de Seu próprio Filho para resgatar a humanidade caída. Pagou o preço do pecado. Ofereceu o máximo que podia entregar. Foi ao sacrifício supremo: escreveu Seu amor com sangue, na cruz do Calvário.

Salomão O apresenta como o leão que brama e, ao mesmo tempo, como o orvalho que refresca a erva. Leão ou orvalho, o que é Deus para você?

O ser humano gosta de pensar apenas no amor. Deleita-se unicamente na graça. Escreve poesias e cânticos só em torno da misericórdia. Confunde as coisas. Acha que misericórdia é permissividade. Graça é viver sem regras. Amor é anarquia.

Desfigura o caráter de Deus. Cria um deus pequeno, fraco, transigente, formiga com cara de Leão, juiz de futebol sem apito. Um Deus que não comanda nem mostra o caminho. Um Deus-energia que aceita as tolices humanas porque são “sinceras”.

O texto de hoje nos mostra um Deus diferente, preocupado com Suas criaturas. Preocupado não apenas em atender os caprichos da criança chorona, mas interessado em fazê-la crescer, ensiná-la a viver e vencer. Por isso, ama e corrige. Ensina e ajuda, comanda e levanta, repreende e anima, brama como leão e refresca como o orvalho.

Está você ferido por algum deslize na vida? Está machucado e triste? A queda foi tão brutal que não tem mais forças para continuar? Sinta o orvalho de Jesus limpando a sua vida, curando as suas feridas e acalmando o seu coração.

Hoje é um novo dia. Ontem já se foi. Graças a Deus que sempre é assim. Todo dia é um novo dia e uma nova oportunidade. Não tema, mas lembre-se: “Como o bramido do leão, assim é a indignação do rei; mas seu favor é como orvalho sobre a erva.”

Um boi voando ?

Um pastor estava em seu gabinete trabalhando. Ele tinha a fama de ser um homem ingênuo – um homem que acreditava em tudo. Sabendo disso, um certo membro da igreja, querendo zombar da sua ingenuidade, entrou apressadamente na sala do pastor e disse:
- Pastor, vem rápido!! Aqui na janela!! Olha só?!? O pastor perguntou:
- O que foi?
- Vem ver! Vem ver!! Tem um boi voando!!!” Disse aquele jovem !

O pastor se levantou da sua mesa, foi até a janela, ficou olhando para o céu e dizendo:
- Cadê?!? Cadê o boi voando? Enquanto isso, aquele cristão, morrendo de rir, falava:
- Ah…..Pastor!! Como o senhor é ingênuo! Como é que o senhor acredita num negócio desse?!? O senhor acredita em tudo o que ouve!?! Onde já se viu um boi voar? Como o senhor pôde ter acreditado nisso?!? Então o pastor disse:
- Meu filho, eu prefiro acreditar que é mais fácil um boi voar do que um cristão mentir!! Eu preferi acreditar em você! E o cristão,envergonhado, abaixou a cabeça.
Continuou o pastor:
- Lembre-se das palavras do Senhor Jesus: “Seja o vosso falar: Sim, sim; não, não. Porque o que passa disso é de procedência maligna”. Meu querido; minha querida.

Você precisa se acostumar a ter uma só palavra e ela precisa ser honesta; sincera. Se for não, não; se for sim, sim! Nem de brincadeira porque Jesus disse que o diabo é o pai da mentira. O evangelho declara que os mentirosos não herdarão o reino dos céus. Você sabe que Deus é Deus porque, quando ele fala, Ele cumpre a Sua palavra. Está escrito que Deus, mais do que falar e cumprir, vela pela Sua palavra para cumprir. Por isso que Ele é Deus. Por isso que, quando Ele fala, tudo se cumpre. Não há mentira nos Seus lábios e, se você se acostumar com esta orientação do Senhor Jesus, então, a tua palavra será poderosa, também!! Porque foi através da palavra que todas as coisas foram criadas.
Saiba que na tua boca há poder! Pode ser um poder para o bem, ou pode ser para o mal. Foi por isso que o Senhor Jesus disse: “Bendizei os que vos maldizem…” A nossa boca pode pronunciar bênçãos ou maldições. Não pode jorrar da mesma fonte água doce e água amarga, mas seja o vosso falar sim, quando for sim e não, quando for não! Jesus disse que o que passar disso é de procedência maligna.

Seja imitador do Senhor Jesus! Do mesmo jeito que Jesus, através da palavra, podia dominar ventos, tempestades e de até ressuscitar os mortos, você, também, terá uma palavra poderosa e tudo aquilo que você determinar com a tua boca, assim se fará. A tua palavra estará santificada na verdade e não há nada mais forte, mais poderoso do que a verdade em nome de Jesus.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A escolha do seu par

"Nos bailes, as mulheres faziam um
verdadeiro teste psicológico, físico e
social de um futuro marido e obtinham
o que poucos testes psicológicos revelam
"

Há trinta anos, os adolescentes encontravam o sexo oposto em bailes de salão organizados por clubes, igrejas ou pais responsáveis preocupados com o sucesso reprodutivo de seus rebentos.

Na dança de salão o homem tem uma série de obrigações, como cuidar da mulher, planejar o rumo, variar os passos, segurar com firmeza e orientar delicadamente o corpo de uma mulher. Homens levam três vezes mais tempo para aprender a dançar do que mulheres. Não que eles sejam menos inteligentes, mas porque têm muito mais funções a executar. Essa sobrecarga em cima do homem permite à mulher avaliar rapidamente a inteligência do seu par, a sua capacidade de planejamento, a sua reação em situações de stress. A mulher só precisa acompanhá-lo. Ela pode dedicar seu tempo exclusivamente à tarefa de avaliação do homem.


Ilustração Ale Setti
Uma mulher precisa de muito mais informações do que um homem para se apaixonar, e a dança permitia a ela avaliar o homem na delicadeza do trato, na firmeza da condução, no carinho do toque, no companheirismo e no significado que ele dava ao seu par. Ela podia analisar como o homem lidava com o fracasso, quando inadvertidamente dava uma pisada no seu pé. Podia ver como ele se desculpava, se é que se desculpava, ou se era do tipo que culpava os outros.

Essa convenção social de antigamente permitia ao sexo feminino avaliar numa única noite vinte rapazes entre os 500 presentes num grande baile. As mulheres faziam um verdadeiro teste psicológico, físico e social de um futuro marido e obtinham o que poucos testes psicológicos revelam. Em poucos minutos conseguiam ter uma primeira noção de inteligência, criatividade, coordenação, tato, carinho, cooperação, paciência, perseverança e liderança de um futuro par.

Infelizmente, perdemos esse costume porque se começou a considerar a dança de salão uma submissão da mulher ao poder do homem, porque era o homem quem convidava e conduzia a mulher.

Criaram o disco dancing, em que homem e mulher dançam separados, o homem não mais conduz nem sequer toca no corpo da mulher. O som é tão elevado que nem dá para conversar, os usuais 130 decibéis nem permitem algum tipo de interação entre os sexos.

Por isso, os jovens criaram o costume de "ficar", o que permite a uma garota conhecer, pelo menos, um homem por noite sem compromisso, em vez de conhecer vinte rapazes numa noite, também sem compromissos maiores.

Pior: hoje o primeiro contato de fato de um rapaz com o corpo de uma mulher é no ato sexual, e no início é um desastre. Acabam fazendo sexo mecanicamente em vez de romanticamente como a extensão natural de um tango ou bolero. Grandes dançarinos são grandes amantes, e não é por coincidência que mulheres adoram homens que realmente sabem dançar e se apaixonam facilmente por eles.

Masculinizamos as mulheres no disco dancing em vez de tornar os homens mais sensíveis, carinhosos e preocupados com o trato do corpo da mulher. Não é por acaso que aumentou a violência no mundo, especialmente a violência contra as mulheres. Não é à toa que perdemos o romantismo, o companheirismo e a cooperação entre os sexos.

Hoje, uma garota ou um rapaz tem de escolher o seu par num grupo muito restrito de pretendentes, e com pouca informação de ambas as partes, ao contrário de antigamente.

Eu não acredito que homens virem monstros e mulheres virem megeras depois de casados. As pessoas mudam muito pouco ao longo da vida, na realidade elas continuam a ser o que eram antes de se casar. Você é que não percebeu, ou não soube avaliar, porque perdemos os mecanismos de antigamente de seleção a partir de um grupo enorme de possíveis candidatos.

Fico feliz ao notar a volta da dança de salão, dos cursos de forró, tango e bolero, em que novamente os dois sexos dançam juntos, colados e em harmonia. Entre o olhar interessado e o "ficar" descompromissado, eliminamos infelizmente uma importante etapa social que era dançar, costume de todos os povos desde o início dos tempos.

Se você for mãe de um filho, ajude a reintroduzir a dança de salão nos clubes, nas festas e nas igrejas, para que homens aprendam a lidar com carinho com o corpo de uma mulher.

Se você for mãe de uma filha, devolva a ela a oportunidade que seus pais lhe deram, em vez de deixar sua filha surda, casada com um brutamontes, confuso e insensível idiota.


Stephen Kanitz é administrador por Harvard (http://www.kanitz.com.br/)

Extraído do site: veja.abril.com